Afinal de contas, você é um investidor?
Em algumas de nossas conversas, quer seja com amigos, familiares ou clientes, surge vez ou outra o tema investimento, e normalmente esse tema vem atrelado a um momento de positivo das bolsas de valores ou a um noticiário mais otimista sobre o assunto. Pois bem, é nessas horas que aparecem os investidores de última hora. Normalmente não me aprofundo no assunto pois sei onde isso vai dar, mas quando ainda tenho um pouco mais de curiosidade na conversa costumo fazer a pergunta: ótimo, você está “investindo na bolsa de valores”, mas você sabe o que é investir? Sabe como se dá esse processo?
E a resposta é sempre a mesma invariavelmente..... não porque, é só você olhar um gráfico aqui, se baixou muito você compra, de depois é só vender mais alto....ou ainda...ouvi uma dica de um amigo ou na internet e agora estou ganhando muito dinheiro...etc, etc, etc....
Mas se estiver com paciência e refizer mais uma vez a mesma pergunta verá que os argumentos já se esgotaram e a conversa para por aí.
Bom, acredito que investir é uma coisa conceitualmente muito simples, qual seja: é comprar algo por um preço menor daquilo que vale ou potencialmente pode valer, assumindo para isso um determinado nível de risco dentro de uma margem de segurança razoavelmente conhecida. Superficialmente, a maioria dos “investidores” acredita que faz isso, mas questões como a) você sabe o valor daquilo que está comprando? ou b) esse valor apresenta uma margem de segurança aceitável para esse investimento?, o silêncio é a grande resposta.
Se as suas respostas a estas perguntas também forem desconhecidas, sinto informar, mas você ainda não é um investidor. Você está apostando na sorte! Pode dar certo, sim claro! Mas você não é um investidor. O caminho para se tornar um bom investidor, ou nas palavras de Grahan um “investidor inteligente” passam por saber a distinção entre preço e valor e é a partir daí que começa a jornada de investir.
Abraço,
Rogério Santos