A TECNOLOGIA VEM PARA DERRUBAR MUROS E TALVEZ O PRINCIPAL DELES SEJA O DA EDUCAÇÃO.
Quando comecei a estudar em 1982 havia uma divisão clara entre educação de ricos e educação de pobres. Os mais abastados tinham acesso aos melhores colégios (sempre particulares), aos melhores professores, aos melhores livros. E isso iria se estender por toda a carreira educacional. Eu acredito o ápice desse sistema ocorria na virada do segundo grau para a faculdade. Ali, naquele momento os que tiveram uma educação de melhor qualidade viam por quase certo seu acesso às melhores universidades, normalmente as públicas (aqui a coisa se invertia).
Pois bem, assim caminhava a humanidade até que novas tecnologias começaram a serem inseridas no cotidiano das pessoas. Computadores, internet, celulares, smartphones. etc. O cenário enfim estava pronto e tudo cooperava para o início de uma grande mudança que começava a se desenhar.
Comecei minha primeira graduação em 1994. A tecnologia acessível à época era a copiadora e a máquina de datilografia. O acesso a livros era bem complicado. No decorrer do curso, os PCs ficaram mais acessíveis, e a internet (discada) começou a mostrar suas possibilidades com o poder dos modens de 33.6 k.
Bom, agora a realidade que começa a se construir e outra...qualquer um literalmente que disponha de um simples smartphone é uma conexão com a internet tem, na ponta de seus dedos, o acesso quase irrestrito a todo conhecimento, sobre qualquer assunto, em qualquer lugar do mundo. Um aluno de uma faculdade do interior pode assistir aulas em Harvard ou qualquer universidade conceituada mundialmente. Com mais alguns cliques ele irá interagir com uma comunidade mundial sobre determinado tema...a língua, que antes era uma outra barreira, também já não assusta!
Certificados do ensino formal vão cedendo lugar rapidamente ao desenvolvimento de competências ou skills como são conhecidas na internet. O professor migra de seu papel tradicional para um facilitador e curador de conhecimento. Um sem número de novas ferramentas vão aparecendo, cada uma resolvendo uma dor específica, da educação básica ao doutorado (se é que essa classificação continuará existindo).
É tudo ao mesmo tempo e muito, muito rápido. A pergunta que toma as agendas hoje é, "e agora, como lidar com tudo isso? Como converter todo esse conhecimento à nossa disposição em prática? Já em 1926 Eduard Lindeman https://en.wikipedia.org/wiki/Eduard_C._Lindeman já nos alertava sobre a preocupação em estudar "disciplinas" na esperança de que algum dia essas informações sejam úteis".
As respostas vão sendo aos poucos construídas e paradigmas tradicionais vão ficando para trás. A aquisição tradicional de conteúdo sobre conteúdo cede lugar à aprendizagem. E para as organizações, qual o impacto?
O impacto é gigantesco. A postura de atacar ou defender característica das empresas tradicionais, vai migrando para uma visão mais colaborativa. A expectativa é a de que 65% dos empregos como conhecemos hoje não existam mais em 2050. Ou seja, as crianças que hoje estão no ensino primário irão trabalhar no futuro em empregos que ainda não existem (veja mais em http://www3.weforum.org/docs/WEF_Future_of_Jobs.pdf) .Uma nova economia vai surgindo e provavelmente a maior empresa da internet, será uma empresa voltada para a educação, que provavelmente ainda nem existe. (Thomas Frey, Da Vinci Institute, World Economic Forum 2017).
A história do mundo está sendo reescrita em centros como o Vale do Silício e ao que tudo indica ainda nem começamos direito. Os mercados, as empresas, os produtos, a forma de consumir, as relações de trabalho vão mudar drasticamente e quem não compreender esse processo ficará de fora.
E você está preparado?
Rogério Santos
CEO Kayros Consultoria
https://bit.ly/2Jie17j
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